segunda-feira, 26 de julho de 2010

Telecentros unindo pessoas

Fábio Carvalho

Os telecentros são fontes inesgotáveis de histórias; de inclusão social, digital, de superação de dificuldades, determinação e aprendizado. Mas também de histórias comoventes de seus usuários. Histórias como a de Etevaldo, que no telecentro São Francisco acabou descobrindo algo surpreendente...
Etevaldo no telecentro São Francisco,
onde descobriu a irmã

Etevaldo é natural de Cruzeiro do Sul, mas veio para Rio Branco com apenas um ano de idade, quando sua mãe, por não estar em condições de criá-lo o entregou para adoção. Etevaldo foi adotado e passou a viver em Rio Branco, sem nunca mais ter a oportunidade de conhecer sua família biológica. Hoje, com dezessete anos, Etevaldo é um jovem feliz e sociável, estuda, e também, como muitos jovens de seu bairro frequenta o telecentro São Francisco, onde têm à sua disposição os cursos, oficinas e o acesso à internet, por onde ele costuma fazer pesquisas “estou aqui quase todos os dias, venho para fazer pesquisa quase que diária”, conta. Mas este acesso serve também para em seus horários de folga fazer novas amizades pelas redes sociais.

Em uma destas conversas através do seu perfil no Orkut Etevaldo teve uma surpresa quando adicionou uma pessoa “conheci minha irmã biológica, aqui mesmo no telecentro São Francisco por meio do Orkut” ele conta com emoção “sem conhecer eu adicionei minha irmã, minha irmã biológica, que eu nunca nem sequer vi”. Etevaldo conta que a irmã desconfiou do parentesco quando viu que tinham em comum um único contato, o primo deles de nome Cássio, que também vive em Rio Branco. 

Sirlei Dias, irmã de Etevaldo, em
Cruzeiro do Sul
A partir do depoimento de Etevaldo o Floresta Digital foi também em busca da sua irmã, Sirlei Dias, de dezoito anos e que vive em Cruzeiro do Sul. Simpática, a irmã de Etevaldo nos recebeu muito bem e contou a sua experiência e mostra que não foi apenas por acaso, pois já o procurou outras vezes “Eu conheci ele através do Orkut. Eu já tinha procurado ele outras vezes mas não consegui encontrar por causa que eu não sabia como ele era , o rosto dele, qual era realmente o nome dele de verdade, porque quando minha mãe deu ele pra mãe dele de criação ele se chamava Éfrem”.

Segundo Sirlei, sua mãe sempre falava do filho e o entregou para adoção pelas condições difíceis e ela “tinha dado ele quando era pequeno, que não tinha condições de cuidar dele. Me mostrava as fotos dele... Minha mãe também me pediu para procurar ele, que sentia muita falta dele, queria saber como ele tava, como que não tava, onde morava, se realmente em Rio Branco ou não...” Sirlei conta que deixou um recado para Etevaldo contando que achava ser irmã dele no recado ela afirmou que “parecia loucura mas, na verdade não era, porque ele... responder pra mim se fosse meu irmão ou não, porque minha mãe e eu tava procurando por ele, muito tempo”.

Telecentro São Francisco, onde
Etevaldo e a irmã Sirlei se
"descobriram"
Testemunha do dia em que ele recebeu a mensagem da irmã no seu Orkut, a monitora do telecentro do Floresta Digital no São Francisco Raquel Tâmara conta que “Etevaldo ficou profundamente emocionado quando viu a mensagem da irmã”. Emoção esta que certamente era compartilhada pela irmã em Cruzeiro do Sul “Fiquei feliz por ter encontrado o irmão que eu tanto queria, que já tinha procurado muito tempo e não conseguia, fiquei muito feliz”. A irmã pretende conhecer Etevaldo pessoalmente “chegar pra ele, dizer o quanto eu o amo, porque é meu irmão de sangue e matar a saudade, abraçar”.
 
Esta história é um exemplo de que os telecentros além do acesso e de cursos e oficinas trazem benefícios a todos os aspectos sociais de seus usuários, e histórias como esta ocorrem com maior frequência do que se imagina.


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